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Brasil: há luz no fim do túnel

Brasil: há luz no fim do túnel 

Apesar de a economia brasileira estar em situação desfavorável no que se refere à produtividade e inovação, “há luz no fim do túnel”, avaliou, no último dia 17, a economista Zeina Latif, da Gibraltar Consultoria, na mesa-redonda “Expectativa da inovação: o Brasil pós-eleição”, promovida pelo Comitê Empresarial da ABPI. “Não acredito em retrocesso total. Mesmo com tropeços, há um caminho para avançar na agenda da retomada do crescimento. Embora numa situação de baixa competitividade, estamos melhorando”.

Com mediação da coordenadora do Comitê Empresarial, Patrícia Gestic, participaram ainda do evento o presidente da ABPI, Gabriel Leonardos, o representante da WIPO (World Intellectual Property Organization), Sacha Wunsch, e a gerente da área de Planejamento e Relações Institucionais da EMBRAPII, Cristiane Rauen. No debate, Leonardos reforçou o papel da indústria na retomada do crescimento. “Apenas a indústria consegue gerar inovação, mobilidade social e dinamismo. E a indústria tem que ser ambientalmente e socialmente sustentável”, disse.

Para Zeina Latif, o ambiente de negócios no País ainda é desfavorável por conta, entre outros, da insegurança jurídica, da descontinuidade política, da volatilidade macroeconômica, da crise fiscal e do contencioso tributário. “Nossa produção industrial está estagnada desde 2010 e nosso parque tecnológico tem defasagem tecnológica de 30 anos”, afirmou. Ainda assim, ressaltou Zeina Latif, há alguns acertos que permitem que o Brasil volte a crescer. Neste sentido, ela apontou a diminuição do patrimonialismo, a redefinição do papel do BNDES, que está ampliando o espectro de financiamento para as empresas, e o crescimento do mercado de capitais. “Há a demanda pelo setor privado de uma agenda liberal”, explicou.

Em sua apresentação, Cristiane Rauen mostrou números expressivos sobre a atuação da EMBRAPII, uma Organização Social qualificada pelo Poder Público Federal que apoia instituições de pesquisa tecnológica fomentando a inovação na indústria brasileira. Com nove anos de existência, a empresa já apoiou 1.797 projetos demandados por 1.246 empresas, totalizando recursos da ordem de R$ 2,5 bilhões. A EMBRAPII, que financia até 50% dos projetos, com recursos não reembolsáveis, já aportou R$ 830 milhões em projetos de P&D em parceria com empresas e instituições de pesquisa.

O cenário de um otimismo moderado com relação ao futuro do País foi confirmado pelos dados do Índice Global de Inovação (GII), apresentados pelo representante da WIPO. Segundo Wunsch, neste quesito o país deu saltos significativos nos últimos anos: ostenta o segundo lugar no ranking latino-americano e, pela primeira vez, aparece entre as 18 melhores economias da região.

Dos sete pilares do GIII, o Brasil só não cresceu no de instituições. Em destaque, houve um grande crescimento no pilar de sofisticação do mercado (referente à disponibilidade de financiamento para inovação), que era o mais fraco em 2019.
Entre as fragilidades do País apontadas pelo GII estão algumas dificuldades de políticas para o ambiente de negócios e para o empreendedorismo.

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